Ouço todos os dias alguém lastimar que o mundo está cada vez pior, que não dá para abrir os jornais e assistir os noticiários porque só aparecem tragédias, de todos os tipos. E tudo isso tem consequências na vida de todos nós: depressão, ansiedade, suicídio e mais uma lista de problemas. Para me defender, de verdade, para sobreviver, para "não matar e não morrer", fiz um exercício de listar boas notícias pelo mundo. Vou dividir com vocês. Repito, é estratégia de sobrevivência, está humanamente impossível lidar com tudo isso. E acredito que, acima de tudo, todos nós precisamos fazer algo para melhorar este planeta.
Em julho de 2017, assisti sobre um senhor na faixa dos 50 anos, com pernas amputadas, que entrou na agência da Caixa Econômica Federal de Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Muita gente ignorou a presença dele e, então, o Luís Cláudio, gerente da agência, abordou o senhor para ajudá-lo e para que ele não ficasse na fila. Mas um detalhe fez toda a diferença: mesmo de roupas formais, como camisa e calça social, ele se sentou no chão para conversar mais tranquilamente com o senhor. Eu chamo de empatia.
Há poucos dias, li sobre o médico norte-americano Robert Sansonetti que faz o acompanhamento da gravidez das mamães e, na hora do parto, ele entrega gorrinhos feitos por ele mesmo para todas as crianças que ele traz ao mundo. Isso é amor.
Assisti com esperança à notícia sobre os meninos que encontraram a quantia aproximada de R$ 12 mil enquanto jogavam futebol num prédio onde funcionava uma creche em Santa Rosa de Goiás. Eles até pensaram em comprar umas coisinhas como celulares, bicicletas e videogames, mas resolveram entregar tudo para a polícia da pequena cidade de 3 mil habitantes, que anda orgulhosa dos pequenos cidadãos. Isso é honestidade.
A imprensa do mundo inteiro tem publicado a atitude da indicada ao prêmio Nobel da Paz, a jovem ativista sueca de 16 anos, Greta Thunberg, que em meados de 2018 dava início a um movimento internacional contra as mudanças climáticas. A adolescente faltava às aulas todas as sextas-feiras e se sentava em frente ao Parlamento sueco, em Estocolmo, para exigir medidas concretas dos políticos contra o aquecimento global. O ato, inicialmente solitário, inspirou jovens de todo o mundo a aderirem ao movimento, que ficou conhecido como "Fridays For Future" - e culminou em uma greve escolar global no dia 15 de março deste ano, quando milhares de estudantes foram às ruas para protestar, inclusive no Brasil. É pelo Planeta, pela nossa casa, por nós.
No último Fantástico, assisti com muita alegria a iniciativa de uma arquiteta, em Belo Horizonte, que ajuda mulheres a virarem as construtoras de suas próprias casas. O projeto Arquitetura na Periferia, que iniciou em 2013 pela inquietação da então mestranda em Arquitetura da UFMG Carina Guedes, ensina as mulheres a medir, desenhar, projetar, planejar suas casas e a executar alguns serviços da construção. Isso é atitude.
Por aqui, bem pertinho, vejo diariamente bons exemplos de atitude concreta de empatia, honestidade, solidariedade. Nas escolas, nas ruas, em todos os lugares sempre tem uma boa notícia para que tenhamos a certeza que apesar de tudo de ruim que assistimos e ouvimos, tem muita gente boa mostrando seu valor